terça-feira, outubro 21, 2008

Divagações sobre navegações

Isto de ser Princesa e andar misturada com a plebe, tem muito que se lhe diga.

Vai para oito anos que faço quase diariamente a viagem entre terras pexitas (aka Sesimbra) e a capital, no comboio da ponte 25 de Abril.

Ele era ar condicionado, ele era bancos confortáveis, ele era musica ambiente… Digo “era”, não porque tenha deixado de ser, mas porque este ano decidi começar a fazer esta viagem num outro meio de transporte: o barco.

Achei que andar de Cacilheiro era uma coisa vintage, já que estes são centenários e o retro está na moda. Não pensei eu que o preço do passe ser metade do do comboio, estivesse directamente relacionado com o facto dos ditos barcos se manterem inalterados desde o tempo em que começaram a navegar nas águas do Tejo.

Diz o ditado que “quem é do mar não enjoa”, mas aquilo é como estar 10 minutos com a maior bebedeira do mundo em cima!

Tenho uma amiga que considera a parte de ficar tonta, a melhor fase da bebedeira, mas acho que nem ela (que diz que aí “o chão está fofinho”), ia gostar de tanto solavanco e abanão, quanto mais eu, que, tendo herdade o fígado do meu pai – salvo seja – raramente chego à parte das tonturas, quando bebo.

Começo a achar, que quando saio do barco, quem por mim passa deve pensar que, ou sou uma gaja super convencida por me abanar tanto, ou tenho uma qualquer deficiência a andar.

Se há alguma coisa boa na viagem, é ser tão curta, que os bancos de plástico não têm tempo de nos magoar os glúteos.

Conforto à parte, há também uma grande diferença nas pessoas que viajam na Fertagus e as que andam na Transtejo.

Eu falo sozinha, mas com excepção da minha colega de trabalho que me pergunta de 5 em 5 minutos se estou a dirigir-me a ela, não incomodo mais ninguém. O mesmo não se pode dizer de certos indivíduos que deambulam no Cacilheiro e que, falando sozinhos, fazem questão que as pessoas dos dois pisos do barco, os oiçam. Felizmente existem MP3, e enquanto há pilhas, há esperança.

Tanta sorte não tenho tido, contudo, com o cheiro. Sim, leram bem. Acreditem, trabalho com cavalos e nem isso se compara ao odor que certas pessoas imanam.

Eu também saio de casa de manhã, eu também já levo um dia de trabalho em cima, e eu não cheiro assim à noite. Ou pelo menos, se cheiro, dou graças a Deus por não o sentir!

13 comentários:

Ana disse...

Depois habituas-te ao balanço, se o preço é metade, vale a pena um esforço inicial. E sim princesa, há pessoas que logo à 9.00 da manhã já cheiram a suor.

tope disse...

quais glúteos?

Casemiro dos Plásticos disse...

sabes o que te digo é a vida no seu melhor..
beijo

Anónimo disse...

O Metro também é uma "caixinha de cheiros" que... ó balha-me Deus...

taparuere disse...

"emanam"...

:p

Homem da faina disse...

epá... a Taparuere lixou-me o comentário. Damn you Sú, deixa-me ser o "corrector humano"!

Principessa disse...

kitty e kikas:

Eu sei meninas. Quando trabalhava na zona do Marquês de Pombal apanhava o metro sempre nas horas de ponta, e nunca cheguei a concluir se os odores eram piores logo às 8h30 ou às 18h…

Principessa disse...

Topê:

Aqueles em que tão cedo não voltas a tocar! Grrr…

Principessa disse...

Casemiro:

O mais ridículo nesta minha vida, é que tenho andado com umas tonturas maradas e todos os dias, quando chego a casa, a minha mãe me pergunta se as senti. Fico sempre baralhada a pensar se se refere a antes, durante ou depois do barco…

Principessa disse...

Su e Miguel:

É sempre bom saber que aqui andam. Como só comentam quando há erros ortográficos e há meses que não vos lia por aqui, devo ficar muito satisfeita com os meus textos.

Um destes dias dedico-vos um post. Ah, espera! É isso que sempre vos fazem oralmente o Tony e o Zé-Zé…

Quanto à palavra, deixarei ficar, visto que “imanar” significa “magnetizar” e também se aplica à situação ;)

Ana disse...

Princi: Quanto àquilo que comentas-te no meu blog, é só mandar um mail para : fixedwords@gmail.com
Beijinhos

Principessa disse...

oh!! obrigada :)

Mary of Cold disse...

Eu acho que se muita gente cheirasse "só" a cavalo, muito bem andaria o país.
O pior mesmo é quando cheiram a refogado azedo com pelo menos 7 dias em cima! Até dá vómitos! Bahhhh...