Ser secretária deve ser o trabalho mais parecido o de coscuvilheira da aldeia. A diferença é que as coscuvilheiras lá ficam nas suas janelas ou no banco do jardim a ouvir as conversas, enquanto as secretárias para além de ouvirem tudo o que se passa no departamento delas ainda sabem o que se passa nos das outras.
Uma pessoa liga para uma empresa e pede para falar com o senhor X. Normalmente a conversa que se segue com a secretária que está na recepção é a seguinte:
SECRETÁRIA - Empresa XPTO, bom dia.
EU - Bom dia, gostava de falar com o senhor X.
S - Quem devo anunciar?
E - Fala YZ da empresa A.
S - E qual é o assunto?
E - Já falei com o senhor X ontem e fiquei de lhe ligar hoje novamente.
S - Mas para quê?
E - A empresa XPTO já é cliente da A… E como lhe disse fiquei de ligar hoje para falar com o senhor X.
S - Mas a empresa A é uma empresa de quê?
E - É uma editora.
S - Mas não estamos interessados em adquirir nada.
E - Minha senhora, a sua empresa já é nossa cliente, e o senhor X quer adquirir uma publicação. Fiquei de ligar hoje para acertar os pormenores. Ele está?
S - Só um segundo que vou passar à secretária do Dr. X.
Neste momento, por norma entra a música….
Cinco minutos depois:
- Estou sim?
- Sim.
- A secretária do Dr. X tem a extensão ocupada. Vai ter de tentar mais tarde.
- Obrigada.
- Obrigado eu e bom dia.
Extensão ocupada? Aposto que está a falar com a secretária do departamento ao lado. Afinal de contas é início do mês, propício para discutir o vencimento dos maridos…
Passado 30 minutos volto a ligar.
- Empresa XPTO, bom dia.
- Bom dia, gostava de falar com o senhor X.
- Quem devo anunciar?
- Fala YZ da empresa A.
- E qual é o assunto?
- Já falei com o senhor X ontem e fiquei de lhe ligar hoje novamente.
- Mas para quê?
- Penso que foi a senhora que me atendeu à meia hora a trás. Como lhe disse a empresa XPTO já é cliente da A… E preciso falar com o senhor X.
- Mas a empresa A é uma empresa de quê?
- É uma editora.
- Mas não estamos interessados em adquirir nada.
- Minha senhora, a sua empresa já é nossa cliente, e o senhor X quer adquirir uma publicação. Fiquei de ligar hoje para acertar os pormenores. Ele está?
- Só um segundo que vou passar à secretária do Dr. X.
Três minutos e meio depois de estar a ouvir a música da PT…
- Empresa XPTO, bom dia.
- Bom dia, gostava de falar com o senhor X.
- Quem devo anunciar?
- Fala YZ da empresa A.
- E qual é o assunto?
- Já falei com o senhor X ontem e fiquei de lhe ligar hoje novamente.
- Mas para quê?
- A empresa XPTO já é cliente da A… E como lhe disse fiquei de ligar hoje para falar com o senhor X.
- Mas a empresa A é uma empresa de quê?
- É uma editora.
- Mas não estamos interessados em adquirir nada.
- Minha senhora, a sua empresa já é nossa cliente, e o senhor X quer adquirir uma publicação. Fiquei de ligar hoje para acertar os pormenores. Ele está?
- Não.
- Não????? ENTÃO PORQUE RAIO ME FEZ TANTAS PERGUNTAS E NÃO DISSE LOGO???
Claro, que esta última fala só acontece no meu pensamento e acabo a despedir-me e a dizer que vou ligar mais tarde, já que a “super secretária com a mania que é dona da empresa”, nem sabe a que horas o patrão volta.
Claro que entre o desligar o telefone e o praguejar, me lembro que para chegar a esta, ainda tenho de passar pela secretária da recepção!!!
Oh Deus… Porque criaste tal profissão?
Reformem-nas logo e ponham-nas a fazer companhia à Tia Maria na fila do centro de saúde. Sempre faziam algo de útil, já que a Tia Maria, desde que a Dona Cezinanda morreu nunca mais teve ninguém para falar sobre as dores nas cruzes e como a Tina, filha da Zézinha, está mais gorda e que de certeza que está grávida…
Enquanto isso as extensões dos telefones iam ficando livres e a malta sempre conseguia trabalhar!!!
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10 comentários:
sim, deve ser mmo um granda stress!lol! mas ao menos ñ telefonas para uma repartição pública!lolaí sim ék é o verdadeiro jogo do empurra!
E o pior é quando somos nós a pagar estas chamadas, que ainda por cima, ás vezes, são de valor acrescentado e acabamos por não conseguir falar com ninguém, e ainda temos de gramar com uma musiquinha de m.... enquanto esperamos.
Beijocas
Cara Princessa,
Deparo-me com um problema grave que creio, a menina com a sua experiência de secretariado, da gestão da quase uma duzia de blogs poderá colocar os seus olhos mais penetrantes que os da Mona Lisa, em cima. Passam-se dias em que um homem se masturba de crises existenciais e tenta solicitar conselhos a quem deste tema entende deverá entender. Devido ao facto de não conseguir atingir o orgasmo do conhecimento, permita-me questiona-la, devido ao diário convivio com situações muito mais periclitantes que esta. Vou explicar e deixar-me de preliminares que o seu tempo deve escacear. Aqui vai o texto onde decerto entenderá a minha dúvida na parte das explorações mineiras:
Marcelo Rebelo de Sousa e a poesia do Tejo
Bigmac iniciando a sua prosa sobre as memórias do embaixador Hall Themido, verificou que lhe faltavam alguns dados para efectuar o seu comentário, decidiu então ligar o oráculo de Marcelo Rebelo de Sousa para melhor se informar. Deparando-se então, com problemas de linguagem que lhe ocuparam de imediato os cavernáculos divagatórios.
Depois de ter sido flagelado pelo site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa no maior erro da sua vida, por dizer: "ter que", em vez de "ter de" (Realmente, por vezes existem pessoas que deveriam colocar publicidade dos seus sites no site onde se planta o hemorroidal). Erro crasso que o acompanha, fustigando-lhe diáriamente a língua com utensilios Opus, agravando ainda mais as suas qualidades mineteiras… Desculpem, tenho de solicitar a troca deste teclado, por vezes descaem aqui palavras desajustadas. Queria dizer mineira, explorando exaustivamente os pontos críticos deste país, colocando a descoberto… Mas esperem lá, minhas senhoras, voltando atrás e agarrando nessa gafe. Ex, actuais ou desactualizadas amigas de Marcelo, cada vez que ouço falar o nosso amigo no seu oráculo da TV, penso que pelo sucessivo escorregar da lingua deverá ter eximias qualidades nessa arte, deixo aqui um apelo aos Blogs que exploram essas facetas, para me escreverem a comentar se existirá alguma “ponta” de verdade nesta Felina ou Sutrica garfada linguistica.
Mas será justo criticar uma pessoa que explora esse tipo de gramática, desanuviando a rotina, amachucando e fazendo tremelicar os G’s (Abreviatura linguistica de Governos) deste país? Não, não meus senhores, querem-se mais assim (Dizem elas) tentando salvaguardar a manutenção da lei do aborto “Pelo menos tenho prazer e não engravido”, dizia uma activista conservadora acabada de regressar de uma clínica de Badajoz devido a um quisto nos ovários (Fiquei com uma leve dúvida nas orelhas da alma, não percebi se tinha um problema nos ovários ou se andava a foder com vários, mas… Isso já não é da minha conta). Bom, mas a razão da minha referência ao nosso amigo e companheiro de tantas desportivas lutas linguisticas prende-se com um comentário que recebi de um ilustre frequentador de cacilheiros referente a um post que coloquei sobre os Moliceiros de Aveiro na tentativa de exacerbar as tradições Portuguesas. Dizia ele na sua perfumada capa de rafeiro mas com a sensibilidade dos artistas:
“o cacilheiro do tejo! Haverá coisa mais romântica que navegar naquela imensidão de água, sulcando alegremente a mancha de óleo em que o Tejo está transformado, admirando a poesia pura que é observar a quilha do barco ir desfazendo no seu trajecto os OFBIs (Objectos Flutuantes Bem Identificados), qual metáfora para as hipóteses de ter alguma coisa com a garina que arrastamos para esse passeio...” Qual metáfora para impressionar a mulher que nos ama, que nos admira, que nos deseja, que quer ser mãe dos nossos filhos? Pergunto eu.
Exponho várias tentativas de versos de engate:
Linda como uma flor neste rio de rosas
Bela e formosa como a suavidade do vento
Nunca ninguém
Nunca ninguém (Era um pretendente gago)
Estará tão ao teu dispor
Amor como este não há nenhum
Como eu… “olha um cagalhum”
Não, não vou continuar nesta ingrata tarefa, não há poeta que aguente.
Vou avançar…
Marcelo na sua visita eleitoral e temática deste fim de semana visitou a “Festa do Avante”, dando um exemplo a Rita Ferro de como é ser Democrata e afirmou: «O PCP tenta fazer um equilíbrio entre a ortodoxia e a abertura a gente nova». Frisando que apenas na tradicional festa do PSD/Madeira, no Chão da Lagoa, pôde encontrar «tantas dezenas de milhares de pessoas».
Isto sim, com esta manobra eleitoral da sua língua mediática, abafa imediatamente três coelhas. As comunistas, as Democratas (Unicamente da Madeira, pelo rumo que as coisas tomam) e as dúvidas da Alta autoridade para a comunicação social. Esquecendo momentaneamente os problemas dos cagalhuns.
Ninguém é perfeito... Com tanta celeridade linguistica já faltam forças nos braços para se deslocar ao seixal e comer uma Shopinha de maxa no meio de tantos energúmenos castanhos que lhe travam o caminho.
Muito obrigado pela atenção, decerto não teve paciencia para ler até ao final mas creio ter atingido o G da coisa,
Bigmac
até ao li até ao fim, mas perdi-me no raciocínio... este post foi por eu ter escrito "ter que", em vez de "ter de"?
é que não me consigo concentrar durante muito tempo (no máximo aguento 30segundos...
já o senhor bigmac poderia (e deveria) ter escrito "escassear"... pelo menos, terei q confessar que n li até ao fim.
Sem ofensa, mas querem começar apensar para quebrar a rotina ou não?
Vá lá outra vez.....
Isto não envolve o lagarto que ainda não comentou....
Vá lá, só mais uma vez.....
Já agora queria adicionar um link aqui mas no meio de tantos blogs qual é que devo ligar?
mas comento agr.
que queres dizer com o quebrar a rotina só mais uma vez?
ESTE!!! =) lol
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